terça-feira, 15 de junho de 2010

Espirito no quarto




Entre 1991 até março de 2003, eu morava numa casa simples, num conjunto chamado Jardim Centauro, na cidade de Curitiba. Sempre senti que, no meu quarto, aconteciam coisas estranhas, principalmente enquanto eu dormia. Pois, era comum eu acordar no meio dos meus pesadelos e sentir alguma presença no quarto, ou, algum toque estranho no meu corpo. Citarei alguns exemplos abaixo: Era muito comum no inverno, eu sentir que alguém me cobria. Uma noite, eu sonhei que um anjo negro, com asas enormes, me levou a um castelo e começou a me dar broncas e conselhos. Quando abri os olhos, no meio do pesadelo, senti uma mão diferente segurando a minha, depois escutei batidas de asas e a minha cama tremeu. Então tentei gritar, mas a minha voz não saiu. Numa outra noite, a minha irmã sonhou que havia o espírito de um cavaleiro antigo, que era o guardião do meu quarto. Então, em março de 2003 mudei para outra casa, no bairro Jardim Santa Bárbara, localizado na mesma cidade. Assim, minha irmã Gisele ficou morando na antiga casa do bairro Jardim Centauro. Então ela ganhou um gato siamês. Este gato entrava em todos os quartos da casa, menos no meu antigo quarto. Mas, um certo dia ele resolveu entrar. Quando ele entrou neste quarto, seus pêlos se arrepiaram todos, ele soltou um miado desesperado e saltou direto para o corredor. Segundo a minha irmã, este gato nunca mais entrou lá. Neste mesmo ano, Gisele decidiu alugar este quarto para a sua amiga de faculdade chamada Simone. Na primeira noite, que Simone dormiu neste quarto, ela sentiu que um espírito tentou tirar o seu cobertor. Na outra noite, Simone sonhou que o espírito do quarto não queria que ela dormisse lá, pois estava com saudades de mim. Então, Gisele e Simone rezaram por este espírito e ele se acalmou. Mesmo assim, um certo dia, retornou para minha casa antiga, entrei no meu quarto e resolvi conversar com este espírito, deste jeito: “– Espírito do meu quarto antigo, por favor, aceite Simone, porque ela é a sua nova hospede. Se você quiser velar o meu sono novamente, meu novo endereço é: Rua...” A partir deste dia me senti mais aliviada e, também, mais amada. Pois, ao refletir sobre esta história, descobri que existe um espírito que gosta de mim.

Barulho de correntes




Em 1986 um amigo chamado Renato me contou uma terrível experiência que ele e sua família passaram em uma fazenda do interior paulista. Seu pai era natural da Itália e emigrou para cá para trabalhar nas lavouras de café. Passados alguns anos e com família constituída se mudaram para uma fazenda onde segundo os moradores locais "ninguém ficava muito tempo" pois a mesma era "assombrada".
Passados alguns dias da mudança, estava a família reunida para o jantar como de costume, após o jantar sentavam na sala e ouviam rádio por algum tempo antes de irem dormir; O pai foi dormir primeiro e os irmãos ficaram escutando um pouco mais o radinho que era o meio de comunicação mais popular (e viável) da época. Algum tempo depois os meninos ouviram um barulho muito esquisito vindo da varanda: um arrastar de correntes contra o piso de madeira e um gemido de dor de arrepiar até os cabelos da sobrancelha. Correram para o quarto e foram rezar a Ave Maria rogando para que "aquilo" fosse embora.
Durante o dia conversaram com a mãe que os instruiu a chamá-la se acaso ouvissem algo estranho novamente. Na outra noite a mesma coisa, mas desta vez chamaram pela mãe... O pai acordou também muito mal humorado, tinha fama de ser um homem que nada temia, passou a mão na espingarda dizendo que iria "espantar" o engraçadinho que tentava assustá-los... Abriu a porta e saiu com a arma em punho... Meu amigo contou-me que a visão que seu pai presenciou fez seu cabelo arrepiar e o mesmo correr prá dentro e trancar a porta às pressas, nem sequer conseguiu disparar sua arma... Juntou a família perante a imagem da Virgem para rezar e quando amanheceu "juntaram as traias" e partiram dalí para nunca mais voltar.
Segundo seu pai lhes contou no dia seguinte, quando o mesmo saiu para ver quem era na varanda deparou-se com um velho muito alto e pálido que trazia os pulsos e tornozelos amarrados por correntes... O "velho" olhou fixamente para ele e apenas abria e fechava a boca como querendo dizer algo, mas as palavras não saíam... Algum tempo depois ficaram sabendo por boca de outras pessoas residentes na cidade que naquela fazenda havia morrido a muitos anos atrás um "coronel", ou seja, um senhor de engenho da época que possuía muitos escravos e os tratava com muita crueldade. Talvez sua alma estivesse condenada a vagar pela eternidade arrastando os grilhões com os quais prendia os escravos naquela fazenda que fora palco de tantas atrocidades cometidas contra os mesmos.

Esmagador de cabeça




LEsta tortura inventada e utilizada nos tempos medievais, consistia numa simples técnica (como o próprio nome sugere), através da qual o queixo era fixado na parte inferior e a parte superior (em forma de cuia) servia para o encaixe do crânio.
Em seguida, através de um parafuso, ia-se aumentando a pressão sobre a cabeça do indivíduo, comprimindo-a no sentido vertical. Rapidamente, os danos começavam a se processar, acompanhados sempre pela dor. Primeiramente, os dentes eram esmagados e quebrados, em seguida, o maxilar era destruído e caso a tortura continuasse, os olhos poderiam saltar de suas órbitas e por fim, o cérebro poderia sair pelas fraturas provocadas no crânio do torturado.
Acredita-se que até hoje este aparelho de tortura é adotado em alguns locais como forma de obter informações em interrogatórios, porém para não se deixar marcas, as bases, na qual a cabeça é fixada, são acolchoadas.

A verdadeira chapeuzinho vermelho




Como todos sabem, Chapeuzinho Vermelho morava numa bela casa com sua mãe, mas o que a história não conta é que seu pai era caixeiro-viajante e, dificilmente, parava em casa. Certa feita, com o marido viajando, a mãe de Chapeuzinho aproximou-se tensa da filha e, tropeçando nas palavras, disse:
- Chapeuzinho, por que não vai levar uns docinhos para a vovozinha?
- Outra vez, mamãe?! Não faz nem dois dias que eu fui lá.
- Ora essa, menina! Vai me desobedecer? E depois não custa nada você ir novamente.
- Tá, tudo bem. Eu vou. Mas não sei qual o motivo de querer que eu a visite tantas vezes.
- Não é nada demais. – disse a mãe, ainda mais nervosa – E não demore nem mais um minuto aqui. Vá indo, vá!

Por que a mãe de Chapeuzinho tinha tanto interesse que a filha fosse ver a avó? Por que gostava muito da velha? Por que não queria ser denunciada por maus tratos ao estatuto do idoso? Errado! Então, por quê? Muito simples. Naturalmente porque queria ficar sozinha em casa, estava esperando alguém. E quem era esse alguém? Provavelmente o amante, o pé-de-pano, com quem ela traía o pobre do marido. Se estivesse realmente interessada no bem estar da velha, teria ela mesma levado os docinhos.

Quando Chapeuzinho já estava de saída, sua mãe gritou do quarto:
- E não se esqueça! Vá pelo bosque. É o caminho mais longo, mas é o mais seguro. Se for pela floresta, você pode ser apanhada pelo Lobo Mau.
Agora você deve estar imaginando que a mãe de Chapeuzinho estava preocupada com a segurança da filha, não é? Errado de novo. Ela queria mesmo é que a filha demorasse bastante para voltar. Só assim teria tempo de sobra para aproveitar com o amante.

Mas enganam-se aqueles que pensam que só a mãe era quem tinha desvios de comportamento. Chapeuzinho não ficava nem um pouco atrás. Ela não era nenhuma criança, como contam as outras versões. Chapeuzinho já era uma pré-adolescente, estava entrando na puberdade. Hormônios a todo vapor, pelinhos nascendo, aquele calorzinho entre as pernas e por aí vai. Estava mesmo era descobrindo o sexo, e também tinha lá seus fetiches. Chapeuzinho não desobedeceu sua mãe e foi pela floresta porque era preguiçosa não! Foi porque queria realmente ser pega pelo Lobo. Achava o perigo excitante. Aquela mata selvagem e aquele sujeito peludo habitavam os seus sonhos mais eróticos.

Ela saltitava excitadíssima pela floresta quando de repente apareceu em sua frente o Lobo Mau.
- Para onde vai garotinha? – quis saber o Lobo.
- Vou levar uns docinhos para minha vovozinha, Seu Lobo. – respondeu Chapeuzinho com um dedo na boca e uma voz dengosa.
Bom, essa parte da história você conhece. O Lobo arquiteta um plano, chega primeiro na casa da vovozinha, come a velha e espera Chapeuzinho na cama, já fantasiado. Batem na porta. Toc, toc. Vem a voz de dentro da casa:
- Quem é?
- Sou eu, vovó. Sua netinha.
- Entre.
Já diante do Lobo, Chapeuzinho fala:
- Te trouxe uns docinhos.
- Tire a roupa! – diz o Lobo.
- Como?
- Isso mesmo! Não perca tempo, tire logo a roupa!
- Mas e as preliminares?
- Sem essa de preliminares, o caçador vem aí. Vamos!
- Assim eu não quero.
- Você não tem o que querer. Vamos logo!
- Nossa! Que boca grande!
- É pra te comer!
- Vem, Malvadão.
E Chapeuzinho foi comida.

Depois de ter comido a vovó e a Chapeuzinho vermelho, o Lobo Mau foi fazer a sesta, tirar o sono dos justos. Enquanto roncava alto, alguém começava a se aproximar. Era o caçador. Atrasado, como de costume. Agora por que é que ele chegou atrasado? Por que perdera a hora? Por que ainda fora passar seu uniforme de caçador? Ou por que devia estar na casa da mãe de uma certa menina de capuz vermelho? Isso mesmo, caro leitor. Ele era o amante!

Aproximou-se na ponta dos pés, apontou a espingarda e disparou com o Lobo ainda dormindo. Que traição! Canalha! O pobre Lobo morreu como um mártir, um verdadeiro herói. Agora você deve estar imaginando que essa história tem um final feliz, não é? Sinto muito em informar, mas o desfecho é trágico. Uma verdadeira tragédia!

Depois de ter sido retirada da barriga do Lobo, junto com sua avó, Chapeuzinho Vermelho descobre que sua mãe resolveu fugir com o caçador, abandonando tudo que tinha, inclusive o corno. Ia viver uma aventura lá pelas bandas da floresta. Revoltada e desiludida com os seres humanos, Chapeuzinho foge de casa e vai morar com a avó. A avó, por sua vez, abre um bordel, onde Chapeuzinho Vermelho é obrigada a trabalhar como prostituta. Anos mais tarde, é encontrada morta no banheiro com os pulsos cortados. Suicídio! Suicidara-se de desgosto e de saudades do Lobo, o grande amor de sua vida.

 
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