quarta-feira, 21 de março de 2012

Kuchisake-onna




Baseado em uma Lenda Urbana japonesa


Kuchisake-onna era uma mulher linda. Esposa de um samurai ciumento, violento e líder da vila onde viviam. Por sua beleza ela era cobiçada por vários homens da vila que apesar de serem submissos ao seu líder não resistiam aos encantos de Kuchisake-onna.

Um dia, seu marido juntou todos os guerreiros da vila e deu-lhes a noticia que partiriam para a guerra e que mesmo sendo vitoriosos iriam ficar muito tempo longe de casa.

Vários meses se passaram desde a partida de seu marido e Kuchisake-onna estava cada vez mais triste e depressiva, pois nem tinha certeza que o marido estava vivo. Até que ela conheceu um jovem samurai que não se juntou ao seu marido por ser jovem e não ter treino suficiente para a guerra, Kuchisake-onna o seduziu e passaram a ter um caso as escondidas.

Passado alguns anos seu marido regressou, mas Kuchisake-onna havia mudado, estava apaixonada pelo jovem samurai e seu marido começou a desconfiar de sua fidelidade e certo dia ele encontrou-os conversando amigavelmente. Com ciúmes ele matou o jovem samurai e cortou a boca de Kuchisake-onna de orelha a orelha.

“Quem vai te achar bonita agora?” – perguntou o marido gritando.

Por causar desonra ao marido e líder ela foi expulsa da vila e condenada a viver dentro da floresta. Uma velha senhora que por pena a levava comida encontrou Kuchisake-onna morta pendurada pelo pescoço em seu casebre.

Dias depois do enterro de Kuchisake-onna seu ex-marido foi encontrado morto com a boca cortada de orelha a orelha bem como sua garganta. O rumor que o fantasma de Kuchisake-onna havia regressado para vingar-se de seu executor e de outros moradores se espalhou pela vila para o terror da população.

Em uma noite de névoa uma moça muito boa e querida pelos moradores da vila chamada Katsumi estava caminhando até a casa de seus tios levando uma mensagem de seus pais quando foi abordada pelo fantasma de Kuchisake-onna. Quando viu a mulher usando uma máscara ela teve certeza que de era Kuchisake-onna e quis correr, mas estava paralisada.

“Você me acha bonita?” – perguntou a fantasma.

“Sim.”

“E agora?” – perguntou novamente enquanto retirava o trapo do rosto.

“Sim.” – respondeu Katsumi lembrando-se da verdadeira face da mulher.

“Então você irá se parecer comigo.”

Kuchisake-onna jogou Katsumi no chão com uma força sobrenatural e cortou sua boca, de orelha a orelha, assim como fizeram com ela, porém Katsumi viveu por dizer Kuchisake-onna ainda era bonita.

O velho Satoshi, porém não teve a mesma sorte. Ele estava voltando da plantação com seu filho quando o fantasma apareceu e fez as mesmas perguntas a Satoshi, porém quando ela retirou a mascara ele gritou:

“Sai de perto de mim demônio.”

O filho de Satoshi assistiu paralisado seu pai sendo atirado no chão e tendo sua boca e garganta cortada pelo fantasma, porém nada foi feito ao rapaz.

Desde então o espírito vingativo de Kuchisake-onna anda pelas ruas do Japão aterrorizando as pessoas e principalmente adolescentes. Se o fantasma aparecer pra você e você responde que ela não é bonita sem mascara ela te matará e se responder que ela é bonita mesmo sem mascara ela irá cortar sua boca e provavelmente te deixar viver.

Existe porém a versão de uma terceira resposta e supostamente a única maneira de escapar do destino certo. É responder com algo inesperado como: “mais ou menos” ou “normal”.

terça-feira, 20 de março de 2012

A Babá e o Palhaço



Susy chegou pontualmente às nove da noite na casa onde iria cuidar de duas crianças de três e cinco anos enquanto seus pais iriam a um jantar de negócios em uma cidade vizinha.

Depois de dar as explicações para o casal saiu da casa deixando Susy com as crianças que já haviam ido deitar-se, o que evitou que ela conhecesse as crianças ou seu quarto.

Algum tempo depois ela escutou choro de crianças no andar de cima onde ficavam os quartos e foi lá ver o que era. Chegando lá encontrou as duas meninas chorando muito.

“O que foi?” – perguntou Susy.

“Eu não gosto de palhaços.” - disse uma delas estendendo a mão para um canto do quarto.

Susy levou um susto ao ver um boneco de palhaço do tamanho de uma pessoa adulta. Segundos após recuperar do susto ela também ficou com medo, pois aquele boneco era muito assustador. Pensou por que os pais deixariam um boneco tão feio no quarto das meninas. Ela sentou e cantou canções para as duas até elas voltarem a dormir. Depois disso voltou para o primeiro andar da casa e foi assistir televisão.

Um estouro acompanhado do choro das meninas minutos depois alertou novamente a babá. Ela correu para o quarto onde as meninas encontravam-se chorando da mesma maneira de ante.

“Vocês tem que voltar a dormir. Ainda estão com medo do palhaço?

“Ele estourou um balão pra nos assustar.”

Susy olhou para o chão e viu o balão estourado, uma agulhada no estomago a deixou preocupada. Ela olhou para o palhaço uma vez mais e pensou que ele estava em outra posição da primeira vez que ela o viu. Ela também ficou com medo e disse para as meninas que iria pedir para os pais virem embora. Desceu as escadas e pegou o telefone que estava na parede, mas estava sem linha. Foi até sua bolsa, pegou o celular e digitou o numero deixado pelos pais das crianças, a mulher atendeu.

“Oi aqui é a Susy, eu estou ligando porque as meninas estão com muito medo. Eu queria saber se eu posso tirar ou cobrir aquele boneco de palhaço gigante lá no quarto delas.”<

“O que? Nós não temos nenhum boneco de palhaço em casa.”

Somente ai Susy deu-se conta que não mais ouvia o choro das crianças e saiu em disparada para a escada. O suor frio descia pela sua testa, seu coração disparado e a boca seca deixam clara a sensação de pavor que ela sentia naquele momento. Cada degrau da escada parecia ter quilômetros, pois ela queria ver as crianças e saber se estava tudo bem.

A única coisa que a mãe da criança escutou foi um grito e o telefone caindo no chão. O casal voltou para casa imediatamente e quando chegaram encontraram as duas crianças e a babá mortas. Todas tinham seus rostos pintados de palhaço e um balão de hélio amarrado no braço.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Telefone dos Mortos



Janaina estava passando os números de telefone dos seus amigos da agenda velha para uma nova quando viu o número de Patrícia, uma amiga falecida alguns meses em um acidente de carro quando voltava de uma festa com seu namorado Pedro que até hoje estava em coma. O acidente foi causado por um motorista bêbado em alta velocidade e Patrícia morreu no local.

Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.

“Alo.”

“Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha.

“Quem esta falando?”

“Quem poderia ser? É a Patrícia.”

“É impossível.”

“Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?”

Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.

Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado.

“Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.

Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente.

“Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios.

A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse:

“Este número é inexistente.”

domingo, 18 de março de 2012

Pesadelos



Minha tataravó morreu em uma manhã cinza de inverno. Havia algum tempo ela vinha reclamando de dores no peito, mas o médico pouco pode fazer para ajudá-la. A medicina naquela época ainda era muito precária, as pessoas tinham que confiar somente no olho clinico do médico. Fizeram o velório ali em sua casa como era de costume e a enterraram antes do anoitecer.

Meu tataravô desolado voltou para sua casa, a morte levara sua parceira de tantos anos e agora ele seria um solitário já que os filhos eram adultos, casados e cada um tinha sua própria vida. Já era de noite quando ele estava na cozinha, iluminada somente por um lampião e algumas velas acesas na mesa de jantar, tentando fazer algo para comer no fogão a lenha quando escutou minha tataravó chorando no quarto e chamando seu nome. Era um choro misturado com gemidos de medo e quando ela chamava seu nome ela gritava “Emiro, me ajuda”, e mais choro. Ele ficou petrificado no lugar por alguns minutos até que criou coragem, pegou o lampião e foi andando de vagar até o quarto.
A medida que ele ia se aproximando do quarto o choro diminuía e quando ele chegou lá o choro parou completamente. Iluminou o quarto vazio e se assustou ao ver que a cama estava bagunçada, mas ele tinha certeza de que estava arrumada antes de ir para o enterro. Quando ele virou de costas para voltar a cozinha o choro começou de novo. Ele colocou a mão com o lampião para dentro quarto, mas pouco pode ver, pois a luz era muito fraca para iluminar todo o ambiente. Foi andando de vagar em direção a cama, passo a passo tentando ver algo. A primeira coisa que viu foram as pernas da minha tataravó, estavam cinza e se contorciam na cama. Meu tataravô teve vontade de iluminar o resto do corpo, mas o medo falou mais alto e ele saiu correndo em direção a cozinha e a voz chorosa que dizia “Emiro, me ajuda” foi silenciando até calar-se.

Ele saiu da casa e ficou na varando por horas, sentado em sua cadeira e fumando seu cachimbo. Nervoso e aterrorizado com os acontecimentos. Não tinha coragem de voltar para dentro da casa e tampouco podia ir para a casa de um dos filhos porque eles moravam longe. Acabou pegando no sono já em alta madrugada.
O pesadelo que se seguiu foi horrível. Minha tataravó estava viva dentro do caixão, arranhando a tampa tentando cavar uma saída enquanto suas unhas se desprendiam da carne e sua boca buscava o ar que ali já não existia mais. Pouco a pouco ela foi perdendo as forças até que seus olhos se arregalaram e seu corpo deixou de buscar oxigênio.

Ele acordou na varanda sufocando como se ele mesmo estivesse dentro do caixão. Desesperado, o pobre rolava no chão em busca do ar que aos poucos foi lhe voltando. Quando estava mais calmo e controlado decidiu ir até a casa de um de seus filhos e contar o ocorrido. Foi até a casa do meu tio-avô Ramiro que o acalmou dizendo que eram somente sonhos e que ele estava impressionado por causa de sua recente perda.

Não satisfeito, ele foi até o delegado da cidade e pediu a exumação do corpo que lhe foi automaticamente negada por não haver nenhuma razão convincente além de uma visão ou pesadelo como todos acreditavam.

Nos próximos dias ele teve o mesmo pesadelo e cada vez parecia ser mais real. E todos os dias ele voltava à delegacia para pedir a exumação do corpo que lhe foi negada até o dia em que chorando de desespero na frente do delegado, este lhe concedeu o pedido. Quando abriram o caixão todos gritaram de terror, tudo estava como meu tataravô tinha sonhado. A tampa do caixão arranhada, minha tataravó sem unhas, com a boca e os olhos escancarados.

A mensagem






Eu estava fazendo uma viagem para o interior do Rio de Janeiro com um amigo nas férias de 2002 e tive uma experiência muito ruim envolvendo espíritos, esta é a minha história de terror.

Eram onze horas da noite e chovia muito forte, estávamos indo para a fazenda da minha tia. Levei meu melhor amigo para quebrar um pouco a monotonia do campo. Negão, como eu o chamava, resolveu tirar um cochilo e se virou pro lado e eu continuei dirigindo em direção à fazenda. Algum tempo depois eu vi no meio da estrada meupai que havia falecido em 1996, tinha a aparência muito mais jovem do que quando morreu e eu pude ver uma luz forte ao seu redor, ele estava com um braço esticado em minha direção e seu dedo indicador e sua cabeça fazendo sinal de negativo. Eu freei forte e segurei a direção, passamos por onde ele estava e o carro rodou varias vezes até parar. Retomando do susto olhei para a estrada, estava vazia. Negão gritava sem entender o que tinha acontecido.

“Cara, eu vi meu pai que já faleceu faz anos no meio da estrada” – disse sem fôlego.

“Seu louco, quase nos matou.” – gritou ele esbofeteando no meu braço.

“Não estou brincando, acho que ele queria me avisar alguma coisa. Vamos voltar pra casa, eu não posso continuar a viagem.” – respondi chorando.

“A fazenda esta a 15 km daqui, vamos dirigir 140 km pra voltar? Nem pensar, se você quiser vamos embora amanhã cedo.” – insistiu Negão.

Pensei que ele estava certo, não tinha sentido voltar a essa hora da madrugada estando tão perto, então seguimos a viagem. Alguns quilômetros depois, fazendo uma curva o carro derrapou, perdi o controle e capotamos até batermos em uma árvore. Eu me esforcei para sair do carro, deitei no chão e olhei pro lado da estrada na esperança de encontrar ajuda, ali estava meu pai, assim como eu o vi minutos antes. Ele se aproximou de mim e disse.

“Dorme filho, você precisa descansar e se você dormir, a dor vai passar, mas seu amigo vai vir comigo”.
Sem dizer outra palavra, segurou no ombro de Negão e andando pela estrada os dois desapareceram. Eu acordei já no hospital, e descobri que meu amigo realmente morreu no acidente, eu sofri ferimentos que me deixaram o rosto marcado, mas em alguns dias estava fora do hospital. Eu me arrependo amargamente por ter ignorado a mensagem do meu pai. Não ignorem os espíritos quando eles tentam ajudar, isso pode salvar vidas.

sábado, 17 de março de 2012

Onde está meu filho ?





Alguns anos atrás uma moça de vinte e oito anos estava internada nesse hospital com câncer em estado avançado. Ela estava grávida de sete meses e meio quando a internaram pela ultima vez, seu marido havia morrido três meses antes em um acidente de carro. Ela cresceu em um orfanato em São Paulo e não tinha família. Os empregados do hospital se comoveram com sua história e todos faziam o possível para alegrá-la, porém nada adiantava. Sua tristeza pela solidão e o fato de que talvez nem conheceria seu filho pois o preço de dar a luz a criança poderia ser sua vida, e ela estava disposta a pagar.

Alguns dias depois de ser internada ela veio a falecer. Os médicos conseguiram salvar o bebê e o nomeou João, em homenagem sua mãe que se chamava Joana. Uma das enfermeiras do hospital começou com o processo de adoção do bebê, pois seu marido não podia ter filhos e ela viu a oportunidade para ter um filho, depois de quatro meses a adoção foi concedida.

A verdadeira mãe da criança parece que não se esqueceu do filho nem depois da morte. Laura (nome fictício da enfermeira que adotou o bebê) estava de plantão quando um paciente veio falar com ela.

“Alguém tem que tirar aquela mulher do meu quarto”.

“De que mulher o senhor esta falando?”

“Aquela doida que esta gritando comigo e perguntando "onde esta o filho?".”

Laura foi até o quarto do paciente e não havia ninguém lá. Ela chamou o médico que disse que ele poderia estar alucinando e o sedaram. Quando ela voltou para seu posto seu telefone tocou, ela atendeu, seu corpo estremeceu de terror. A voz feminina vinda do outro lado lhe era conhecida.

“Onde esta meu filho? Por que você o tirou de mim?” – questionava a voz chorosa do outro lado da linha.

Laura começou a rezar. O fantasma da moça a estava assombrando, mas nada adiantou. Outras pessoas começaram a relatar que haviam visto o fantasma.

O tempo passou e Laura continuava vendo e escutando a verdadeira mãe de seu filho. Os pacientes da ala de câncer também continuaram a ver as aparições. O hospital tentando encobrir disse que era efeito de um medicamento para câncer, mas a população daqui não acreditou. Meses depois mudaram a ala de câncer para um prédio novo, mas o fantasma foi junto e as pessoas continuaram a ver o fantasma. Laura se demitiu e nunca mais viu o fantasma da mulher. Mas dizem o hospital ainda continua assombrado. Vários empregados do hospital já a viram andando pelos corredores do hospital perguntando pelo filho, os pacientes dizem que escutam alguém tocar na porta, mas quando abrem não tem ninguém.

O Prisioneiro





Tenho mofado em minha cela nessa penitenciaria imunda por vinte e dois anos. Hoje escrevo essa carta porque sinto que a vida em meu corpo esta desaparecendo e sinto necessidade não somente de confessar meus pecados, mas também de alertar a quem essa carta possa chegar sobre os perigos sobrenaturais que são terrivelmente ignorados por todos. Especialmente agora, nesse mundo de tecnologia tão avançada, as pessoas não têm mais tempo para enxergar o que está ao seu redor, ou até mesmo olhar as estrelas. Todos estão muito ocupados com as coisas que pouco lhes deveria importar.

Mas vamos aos fatos abomináveis de minha vida antes que eu perca sua atenção. O ano era o de 1982, eu era jovem, tinha somente 24 anos, trabalhador, honesto e suficientemente simpático para não me faltassem moças para cortejar. Era morador de uma cidadezinha miserável no sul do país, a qual o nome não revelarei.
Estava frio quando eu acordei de madrugada, estava sentindo uma sensação estranha, como se alguém estivesse me observando. Liguei a luz do abajur que ficava em cima do criado mudo ao lado de minha cama e olhei em volta. Tudo parecia normal, mas aquele sentimento estranho persistia. Tentei lembrar se estava tendo um pesadelo, mas tinha certeza que não. Apaguei a luz e voltei a dormir.

Nas noites que se seguiram o mesmo acontecia, eu acordava e a sensação de que havia alguém comigo ficava cada vez mais forte. Eu comentei com minha pobre mãe sobre o que estava acontecendo.

“Isso é sua imaginação.” Dizia ela.

Depois de algumas semanas eu já estava acostumado com aquilo e nem me incomodava mais, eu acordava no meio da noite e voltava a dormir sem me preocupar. Esse foi meu erro, ignorar o que não poderia ser ignorado.

Meus amigos e familiares começaram a reclamar do meu comportamento, diziam que eu andava nervoso, violento e sempre pronto para atirar palavras ásperas a eles. Eu sempre dava a desculpa de não estar dormindo bem, dizia que aquilo estava me matando e me tirando do sério, aliás, todos sabem como dormir mal pode afetar nosso comportamento.

Mas aquele sentimento bizarro começou a piorar. Então houve a primeira ocasião onde eu tive a certeza de que aquilo não era só impressão minha e que realmente alguém, ou algo, estava comigo durante as noites. Abri meus olhos, mas não podia me mover, tentei de todas as formas levantar ou gritar, mas meu corpo não obedecia aos meus comandos. Foi então que olhei com terror para um canto do quarto e vi o que parecia ser uma pessoa, não desse mundo tinha certeza, pois era somente uma sombra esfumaçada que ali se apresentava. A “coisa” como tenho chamado essa entidade desde então, começou a mover-se em minha direção. Aterrorizado tentei gritar, mas meu grito era abafado de maneira sobrenatural, como se milhares de mãos estivessem apertando meu pescoço.

Fechei meus olhos e repetia a mim mesmo “você esta tendo um pesadelo” até que senti que outra vez era o mestre do meu corpo e este me obedecia com eficácia apesar de sentir um pouco de dormência. Abri os olhos outra e meu quarto estava vazio. Dormi com a luz acesa o resto da noite. Na manhã seguinte fui ao encontro de minha família que estavam na mesa tomando seu desjejum. Contei tudo o que aconteceu. Meus dois irmãos mais novos riram, meu pai nem escutou e minha mãe continuou dizendo que eu estava tendo pesadelos que pareciam reais. Saí para ir ao trabalho furioso.

Aquilo virou uma rotina, todas as noites aquela criatura aparecia me imobilizava chegava perto de mim e desaparecia. Minha confissão vai te parecer muito bizarra e até mesmo anticristã, e hoje sei que essas são exatamente as palavras para descrever meus atos naquela época. Eu criei uma espécie de vinculo com essa coisa, não nos falávamos, mas eu acabei tomando gosto pela sensação desconfortante que aquilo me causava. O estado emocional em que me deixava após a paralisia não posso descrever, não era bom, mas de alguma forma eu gostava e talvez essa minha fraqueza foi o que levou ao meu ato de perversidade final.

Eu me lembro bem, dia vinte e dois de março, eu me sentia cansado e depressivo. Os ataques sombrios estavam sugando minhas energias e de alguma forma eu perdia o controle do meu corpo. Nessa noite eu acordei exatamente às quatro e meia da manhã e ali estava o espectro outra vez. Notei que algo estava diferente, eu podia sentir seu cheiro e sua forma estava mais solida do que nunca. Mesmo não podendo imaginar com o que aquilo se parecia me horrorizei com aquela imagem demoníaca que se aproximava de mim. Outra vez tentei em vão me libertar das correntes invisíveis que me prendiam os movimentos, eu queria correr, sabia que algo de ruim estava para acontecer.

Foi então que o monstro deitou-se em cima de mim e começou a sussurrar algo em meus ouvidos. Ainda hoje não sei o que ele dizia, mas soava maligno e hipnotizante. Minha visão foi desaparecendo, sentia que meu espírito estava sendo sugado, até que eu perdi a consciência.

Escutei um grito masculino alto e forte, quando abri os olhos vi a bota de um policial se aproximar do meu rosto com violência. Fui jogado no chão e coberto por outros policiais que me seguravam enquanto outro me algemava. Olhei em volta, notei que estava na cozinha, os corpos dos meus pais e irmãos estavam no chão com os membros despegados do corpo e dilacerados. O sangue no meu corpo denunciava que eu era o autor daquele crime bárbaro, o sangue dos meus familiares em minha boca me acusava de um dos maiores crimes que alguém pode cometer contra outro ser humano, o canibalismo.

Desde então, fui atirado nessa cela nojenta e cheia de bichos. Convivendo com o mais baixo tipo de ser humano existente no mundo. Não me matei ainda por covardia, porém creio que não será mais necessário, pois tenho uma doença que avança a cada dia e meu fim está próximo.

Esse foi meu alerta para as pessoas que lerem essa carta. Estejam sempre vigilantes e não se deixem levar pela falta de cuidado. Hoje conheço outras histórias similares a minha e sei que essas entidades, demônio, diabo ou espírito maligno, seja qual for sua denominação correta, nos utiliza como veículos para matar sua sede insaciável de sangue.

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Monastério






O ano era de 1432, já era noite quando o sino do portão do monastério tocou. Frei Romeu correu para ver quem era segurando somente uma tocha na mão. Ele era o responsável pelo portão e segurança do monastério, pois havia muitos ladrões nas vilas vizinhas roubando o pouco que eles produziam.

“Quem é você?” – perguntou Romeu.
“Meu nome é Joel, estou viajando e preciso de um abrigo. Tem uma tempestade vindo do norte posso me ferir se eu ficar exposto.”

Frei Romeu olhou para o céu e viu nuvens carregadas se aproximando do monastério. Abriu o portão e deixou o homem entrar. Era obrigação da igreja dar abrigo para as pessoas que necessitavam.

“Para onde está indo Joel?”

“No momento para nenhum lugar e para todos ao mesmo tempo.”

“Bem estranha sua resposta, mas tudo bem. Você vai ficar no celeiro com os cavalos, não é permitida a entrada de forasteiros no alojamento. Se quiser pode assistir a missa e comer na cozinha”


“Não tem problema, até gosto de animais e prefiro ficar por aqui mesmo, tenho minha própria comida não se preocupe.”


Os dois escutaram o sino do portão e olharam em sua direção.

“Deve ser mais gente querendo abrigo.” – disse Romeu.

“Vou me recolher e dormir, pois estou muito cansado, nos vemos amanhã. Obrigado pela ajuda.” – respondeu o visitante.

Frei Romeu correu para o portão e abriu a pequena janela, lá fora um homem muito feio com roupa de frade montado em cavalo negro esperava ser atendido.

“Sou Frei Hermes, fui transferido para este monastério pela nossa congregação” – disse o homem estendendo a mão com um pergaminho enrolado.

A porta foi aberta imediatamente e o novo morador entrou.

“Seja bem vindo irmão Hermes, eu levarei seu cavalo para o estábulo e você pode entrar no mosteiro, pergunte pelo irmão Mark ele vai te orientar e mostrar seu quarto.”

O estranho foi para a entrada do monastério e Frei Romeu foi colocar o cavalo nos estábulos. Entrou de vagar para não acordar Joel, pois sabia que ele estava muito cansado e não queria incomodar, mas o cavalo deu um pulo para trás e relinchou alto. Romeu tentou controlar o cavalo de todas maneiras mas não pôde.

“De onde veio esse cavalo? – perguntou Joel gritando.”

O cavalo saltou e derrubou Frei Romeu com as patas da frente e correu assustado para a escuridão da noite.

“De onde veio esse cavalo?” – questionou Joel sacudindo o frade.

“É de um frade que acaba de chegar. O que esta acontecendo?”

“Onde esta ele?”

“Não sei, deve estar na sala de jantar com os outros frades, pois já estão comendo. Por que você esta agindo assim?”

“Guie-me até lá, com sorte seus companheiros ainda estarão vivos.”

Joel abriu sua sacola e pegou um punhal de prata e um crucifixo de madeira e os dois correram para o prédio. Quando se aproximaram um pouco puderam ouvir gritos, gemidos e grunhidos animalescos. Romeu estava pálido, não sabia o que fazer e estava com medo. O que poderia estar causando tal confusão?

Joel abriu a porta da sala de jantar com um chute, o que mais temia tinha acontecido. Frei Romeu olhou com terror aquela cena. A sala estava cheia de sangue, corpos mutilados estavam em cima das mesas onde os frades comiam. O frei recém chegado havia se transformado, no lugar dos pés havia cascos, suas mãos agora eram garras, a pele se transformou em couro e os olhos estavam grandes e vermelhos.

A criatura olhou para Joel e gritou com ódio.

“Surpresa.” – disse Joel com um sorriso sínico para o demônio.

“Joel, veio se juntar ao meu jantar?”

“Não, vim acabar de vez com sua maldade. Você foi realmente inocente de ter mordido a minha isca. Seu chefe ficará desapontado quando souber da sua derrota.”

Os dois saltaram um em cima do outro e começaram a lutar. O demônio arremessava Joel nas paredes mas ele agüentava tudo com uma resistência sobre humana. Os frades que ainda estavam vivos observavam tudo com terror, se agarravam as suas cruzes e rezavam. Notaram que Joel tentava acertar a criatura com o punhal ou o crucifixo, mas o demônio era muito ágil. A luta continuou e a sala estava cada vez mais destruída e o demônio parecia estar ganhando a batalha.

Joel deixou o crucifixo cair no chão e o demônio riu. Agora com uma das mãos ele tentava segurar as garras que apertavam seu pescoço contra a parede. Frei Romeu olhou para os olhos de Joel que lhe pediam ajuda e correu em direção aos dois. Os outros frades tentaram segurá-lo, mas ele se recusou a ficar de braços cruzado então foi ao encontro dos dois, pegou o crucifixo do chão e o apertou com toda sua força contra as costas do demônio. Os símbolos cravejados no crucifixo iluminaram-se e o crucifixo começou a ser enterrado no corpo da criatura que a esse ponto havia soltado Joel e gritava rolando pelo chão tentando arrancar o objeto das costas.

“Ajudem-me a segura-lo com a barriga para cima” – gritou Joel.

Os frades saltaram em cima do monstro que já estava fraco e o seguram. Joel enfiou o punhal no estomago da besta que urrou de dor e tentou se revirar, mas os frades o mantinha deitado.

“Ele vai morrer?” – perguntou Romeu.

“Não precisamos levá-lo para o calabouço subterrâneo e prende-lo lá.”

“Mas ele é muito forte, vai romper as corretes.” – indagou um dos frades.

“Que calabouço é esse? Eu moro aqui há anos e nunca ouvi falar disso” – questionou Romeu.

“Somente alto clero o conhece, são secretos e usados para a inquisição. E ele não vai romper nada, o crucifixo e o punhal ficarão dentro para que não tenha força, funcionam como um tipo de prisão.”

Eles levaram o demônio para o calabouço e prenderam em uma mesa de tortura usada durante inquisição. Romeu olhou com terror ao ver esqueletos de humanos por toda parte e imaginou o sofrimento das pessoas presas naquele lugar.

“É o seu dever guardar esse demônio para ter certeza que ele não fuja, ele é imortal e somente está adormecido por que o punhal e a cruz o enfraquecem.” – disse Joel subindo as escadas.

“Quem é você?” – perguntou Romeu.

Ele não respondeu, todos foram atrás de Joel, mas ele já tinha desaparecido. Por centenas de anos os frades daquele monastério têm cuidado do demônio que continua adormecido no calabouço, mas seu espírito tenta dominar a mente dos frades para que o libertem e finalmente possa mais uma vez voltar ao exército do diabo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Tumulo Velho




Eu sempre ia com a minha mãe ao cemitério, que ficava alguns blocos da minha casa, no dia de finados visitar os nossos parentes e amigos. Em 2007, como todos os anos fomos bem cedo para não pegar o cemitério cheio e claro menos vendedores ambulantes na porta.

Minha mãe sempre fez questão de visitar todos parentes daquele cemitério o que às vezes demorava horas.

Eu como nunca tenho nada melhor pra fazer sempre a acompanho e me divirto olhando as fotos dos mortos nas lápides e lendo suas mensagens. Até então eu não sabia que esse seria o último ano que eu iria a qualquer tipo de cemitério. Acontece que eu passei por um tumulo velho e mal cuidado, tinha uma rachadura enorme no meio.
Eu ri e fiz um comentário de muito mau gosto do tumulo e do coitado que ali estava enterrado. Fomos embora depois de um tempo, quando eu estava saindo um mendigo me pediu dinheiro, nem respondi fui embora sem falar nada. Eis que o homem me seguiu até a porta do prédio onde moro no sexto andar. Subi pro meu apartamento e fiquei observando o homem pela janela que às vezes me olhava de rabo de olho até que ele desapareceu pela outra esquina. Naquele mesmo dia de noite, eu fui tomar banho quando acreditem ou não, alguém bateu na janela do banheiro (lembre-se que eu moro no sexto andar). Gritei como louco até minha mãe tocar na porta do banheiro, quando ela abriu achou que eu estava morrendo, pois estava pálido e a ponto de desmaiar. Contei tudo pra ela e meu irmão, mas ninguém acreditou. Olhamos pela janela e tudo estava como deveria estar.

Naquele dia pedi pra dormir no quarto do meu irmão, ele zoou com a minha cara mas acabou deixando. Estávamos a ponto de dormir quando na janela apareceu alguém andando do lado de fora, meu irmão viu primeiro e gritou, quando eu olhei era aquele mendigo. Ele gritou comigo e disse pra nunca mais desdenhar da morada dos outros, imediatamente eu me lembrei da minha piada no cemitério. Minha mãe entrou no quarto, desta vez meu irmão era testemunha e ela acreditou. Pegamos a bíblia e oramos por varias horas, nunca mais vi o homem e nunca mais voltei a pisar em um cemitério.

Há quatro anos, cão espera 8 horas todos os dias até que dono saia do trabalho





Durante os últimos quatro anos, o cãozinho Wang Cai tem passado 8 horas de seu dia esperando seu dono sair do trabalho na China.

Ele se posta em frente à escadaria do banco Minsheng das 9h às 17h e não deixa que nada distraia seu foco. Disciplinado, ele se movimenta pouco, não aceita comida de ninguém e afugenta qualquer outro cão que se aproxime de seu posto.

Segundo o site China Smack, ninguém sabe dizer exatamente quando foi que essa vigília se tornou diária.

Muitos pedestres que frequentam a região chegaram a achar que Wang era abandonado e morava nas ruas. Mas notaram que o animal estava sempre limpo
usava roupinhas de frio elegantes no inverno e aparentava uma tosa refrescante no verão.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Gorila de 47 anos fica melhor amiga de Coelho em zoológico dos Estados Unidos



A gorila Samantha, 47, do zoológico de Erie, na Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, elegeu como seu melhor amigo o coelho holandês que tem o nome de Panda.

A diretora do zoológico, Cindy Kreider, acha que, se eles dividem o mesmo espaço e interagem, é algo benéfico. Segundo ela, eles também dividem comida --e encantam o público.

Scott Mitchell, um dos executivos do parque, conta que o coelhinho, que se chama Panda por causa da cor de sua pele --metade branca e metade preta, como um panda --, não tem medo da gorila e passa a maior parte do tempo ao lado dela.

“Ele é destemido e não se sente ameaçado por ela”, diz ele, satisfeito com a repercussão do público, que fica intrigado com a amizade incomum.

Maçãs caem misteriosamente do céu na Inglaterra


Um temporal atrapalhou o trânsito em uma rua em Keresley, na Inglaterra. Só que, em vez de água, maçãs caíram do céu.

As frutas despencaram sobre diversos carros, amassando capôs e latarias. E, claro, assustando os motoristas.
“As maçãs caíram do nada. Eram pequenas e verdes e amassaram os capôs”, disse um motorista que foi forçado a parar seu carro, de repente, no meio da rua.

A estranha chuva gerou várias especulações. Houve quem dissesse que a culpa era de crianças que jogaram as maçãs nos carros de propósito. Outros acham que a região é meio sobrenatural e que coisas estranham ocorrem por ali o tempo todo.

Seria um sinal do céu utilizando a fruta proibida de Adão e Eva? um sinal alienigena ,ou uma forma de comunicação de Steve Jobs Fundador da apple Falecido no dia 05/10/11 ??


Claro que há uma explicação mais plausível. As autoridades afirmam que as maçãs foram capturadas por um pequeno tornado e por isso caíram do céu.

Fonte Uol

 
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