Mais uma vez aqui estou, dirigindo meu carro, à procura de companhia, de alguém que me satisfaça... Meu nome é RONMAN SABET. Acho que você nunca tenha ouvido falar neste nome, assim espero, mas talvez me conheçam inconscientemente. Faço parte do pesadelo familiar, do SEU pesadelo imortal. Sabe aqueles momentos em que as mulheres andam sozinhas numa rua deserta, naquelas gélidas e escuras noites medonhas, e elas se enchem de pavor, transcorrendo aquele calafrio e arrepios que rasgam toda a espinha até atingir a mente com pensamentos de terror e cenas de ultra-violência que, elas sabem, poderiam acontecer com elas mesmas... Eu me excito ao máximo em saber que esses pressentimentos e essa química chamada MEDO são dedicados à minha pessoa. Essa excitação só não é maior do que aquele prazer que eu sinto quando concretizo esse pressentimento e lhes entrego de presente. Eu sou o terror em plena realidade, a mais cruel, que só se pode sentir uma única vez. Eu violei todos os limites que separavam o amor e a morte. Estou delirando, acho que hoje não é meu dia, mas se não achar alguma vadia ficarei cego de desejos e loucuras. Mas tudo tem sua hora certa, local certo, e o melhor, a pessoa certa. Ali está ela. Caminhando e pensando com o medo. Seu rosto denota medo, seu cheiro alastra o odor do medo até minhas narinas. É a chance perfeita, sem testemunhas, sem nada que possa interromper meu ataque. Vagarosamente aproximo-me por trás e encosto minha arma de calibre 45 em sua nuca dizendo-lhe algo como: - Sem pânico, sem gritos e sem movimentos! Caso contrário não amanhecerá viva! MALDITA DESGRAÇADA!! Elas nunca obedecem ao meu comando, essas palavras nunca funcionam, algumas delas ficam histéricas, mas depois de umas duas ou três coronhadas na cara elas aquietam. Com essa não foi diferente. Em regresso ao carro começo a desnudá-la e a coloco no porta-malas. Chegando em casa, na segurança e privacidade necessária para dar início ao momento tão esperado, eu a trago desfalecida em meus braços, observando como era bela. Finalmente dou vazão aos meus desejos. Misturo meu corpo e meu suor com o corpo e o sangue dela numa violenta conjunção carnal. Derramo parte do meu ódio em seu corpo. Coloco minha fúria e meus desejos em minha arcada dentária que violentamente destrói seu volumoso seio esquerdo em mordidas brutais, arrancando-lhes a carne que dava a forma tão atraente, e como se fosse um lobo carniceiro, dominado pela voracidade, me delicio com seu sangue ainda fresco e assim continuo até atingir o meu êxtase sexual. Com gritos desesperados ela acorda, e é claro, tentaria se safar se não estivesse de mãos e pés atados por algemas presas à cama. Implorando-me misericórdia, como se eu fosse Deus. São sempre os mesmos gritos, as mesmas lágrimas, as mesmas palavras. É sempre igual, mas sempre diferente. E eu sempre com a mesma raiva a descarregar. A mesma atitude explosiva que eu coloco na mão, que empunha uma faca de caçador e agora cai e desliza na sua pele macia de maneira lancinante seguindo um golpe após outro golpe, cada vez mais violento, e assim silenciando o seu desespero e sua dor. Agora, com seu sangue diluído em um pouco de cachaça, sacio a sede dos meus demônios interiores. Agarrado a um machado, bastou dois golpes de sua lâmina para uma excisão completa em seu pescoço. Agora vêm as partes mais difíceis e cansativas do trabalho do “matador”; como esta tinha um pouco de carne para se aproveitar início processo de dissecação, com o objetivo de tirar parte da carne que considero comestível. Em algumas outras vítimas eu prefiro usar o método de taxidermização (é um hobby, como diria Norman Bates), abrindo com um bisturi a parte frontal do corpo da vítima e retirando seus órgãos, que me serão inúteis, e empalhando o corpo. De todo jeito, o que sobrou de seus restos mortais eu jogo em algum mato isolado para apodrecer. A etapa seguinte é me livrar do corpo morto e dos órgãos internos, já que a cabeça é minha por direito e está em exposição na minha estante, guardada como troféu, como toda a minha coleção. Livrar-se de um corpo não é uma tarefa muito fácil, é algo preocupante até para os mais cautelosos assassinos em série (como Zodíaco, Edmund Kemper e até mesmo a lenda de Jack, o Estripador), que apesar de tamanha segurança a incerteza nos provoca. Existe sempre aquele medo, aqueles calafrios na espinha, uma sensação paranóica de que alguém me observa. Eu sei que não há ninguém, mas a sensação de que não estou solitário é constante em minha cabeça. Talvez Deus esteja me vigiando, não sei. Tudo o que tenho que fazer é jogar essa escória humana em decomposição no mato e problema resolvido. Quem diria, EU TAMBÉM TENHO MEDO!!! Volto para casa, agora tranqüilo e um pouco mais despreocupado. Passando-se dias, às vezes meses, a loucura volta e... Mais uma vez aqui estou, dirigindo meu carro, à procura de companhia, de alguém que me satisfaça...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
O Matador
Marcadores: Lendas Urbanas
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